Diário de Experiências

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 Relato 1 – Professor Ricardo Henrique Andrade

Dia 13 de março 2014

Dia 13 de março de 2014. Das 8:00 às 12:00 horas. Primeira reunião de trabalho do grupo que desenvolverá o Subprojeto do PIBID/Filosofia – “Ensino de Filosofia via retórica das canções”, coordenado pelo professor Ricardo Henrique Andrade. A reunião ocorreu durante uma visita ao Centro Educacional Aldemiro Vilas Boas - CEAVB. O objetivo deste encontro foi apresentar à comunidade escolar os bolsistas ID aprovados no primeiro edital e compartilhar impressões, disposições e expectativas do grupo quanto ao trabalho a ser desenvolvido com a escola nesta ação. A professora Patrícia Souza Andrade do CEAVB, primeira supervisora aprovada no edital de seleção do PIBID/UFRB, apresentou o grupo aos professores e funcionários, conduzindo-os às instalações da escola em pleno funcionamento. Em seguida, na sala de professores, iniciamos uma conversa que permitiu ao grupo discutir o funcionamento do que será esta ação do Subprojeto PIBID nesta escola. Ao nosso entendimento, a ação se caracteriza como uma pesquisa, sendo, contudo, uma investigação pautada numa intervenção formativa – dada a natureza do PIBID – e também, em certos aspectos, engajada na práxis social. Concluímos, portanto, que talvez fosse adequado tratá-la, tal como a define David Tripp, de Pesquisa-ação: “Toda tentativa continuada, sistemática e fundamentada de aprimorar a prática”.Ana Lúcia Bastos Costa, Luize da Conceição Santos, Paulo Sérgio Rezende de Andrade Júnior, Rita Cavalcante Barreto e Ulisses Santos do Nascimento.
Dia 13 de março 2014
Entendemos que o nosso experimento pedagógico consistia em desenvolver um trabalho que seja ao mesmo tempo formativo e transformador da realidade na qual ação se insere. Mas deve-se observar também que dessas experiências pretende-se elaborar reflexões teóricas que se materializem na redação, individual e coletiva, de artigos científicos, artigos de divulgação científica ou cultural e relatos de experiência. Portanto, para além de formar os bolsistas ID do PIBID e de realizar uma intervenção pedagógica de modo conjunto e negociado com a comunidade do CEAVB, nosso propósito será também o de constituir-se como uma investigação, inserida no domínio das ciências da educação, portanto será também uma Pesquisa, com todas as credenciais epistemológicas que reconhecimento implica. Nosso experimento investigativo se concentrará, então, no desenvolvimento de uma metodologia para o ensino de filosofia que partirá da canção popular brasileira. Nossa hipótese inicial é de que o uso bem mediado deste repertório contribui de maneira significativa para aprendizagem da filosofia num contexto do ensino médio em escolas públicas. O grupo definiu, ainda nesta reunião, que algumas ações deveriam ser implementadas a curto prazo, de modo a consolidar as atividades de formação teórica, de reconhecimento do ambiente escolar, de planejamento de intervenção pedagógica, de elaboração do e afinamento dos instrumentos de coleta de dados, do compartilhamento social dos benefícios desta experiência, enfim, definimos a partir daí, em linhas gerais, como se daria o funcionamento desta ação do Subprojeto de Filosofia do PIBID/UFRB. Todavia, algumas dessas atividades certamente serão prejudicas pela greve já deliberada da categoria dos servidores técnicos das IES federais, que nos afetará, sobretudo, na mobilidade necessárias ao desenvolvimento das atividades na escola e nas visitas de reconhecimento às comunidades rurais das quais são oriundas a maior parte dos estudantes do CEAVB. Combinamos, então, uma nova visita de ambientação da escola e nossa primeira reunião de pesquisa. Participaram do primeiro encontro: o coordenador da ação: “Ensino de filosófica via retórica das canções”, o professor Ricardo Henrique Resende de Andrade (CFP/UFRB), a supervisora Patrícia Souza Andrade (CEAVB) e os bolsistas ID aprovados no primeiro edital:



Relato 2 – Professor Ricardo Henrique Andrade.

 
21 de março 2014
Dia 21 de março de 2014. O PIBID/Filosofia do CEAVB começa organizar os primeiros passos para o nosso plano de estudos envolvendo o ensino da filosofia e a retórica das canções. Hoje pela manhã, na Casa do Duca, das 8 às 12 horas, discutimos a bibliografia inicial dos nossos estudos no domínio da música e do ensino, que passa por temas que atravessam diversos domínios tais como: filosofia da linguagem, didática do ensino de filosofia, teoria das cancioneiro popular e filosofia da música. Pibidianos animados com a ideia de promover o ensino da filosofia tendo como ponto de partida o repertório do cancioneiro popular brasileiro.
21 de março, 2014
Combinamos também de incorporar as atividades de formação dos bolsistas ID e supervisores as formações promovidos por eventos também coordenados pelo professor Ricardo Henrique Andrade, dos quais a maioria dos bolsistas ID de Filosofia do PIBID/UFRB já participavam: III, IV, V e VI Seminários sobre o ensino de filosofia e de mais uma edição do projeto de  extensão da CAsA do DUCA/PROGRAMA TECELENDO, Retórica das canções: a linguagem da fresta, sobre as artimanhas lírico-políticas das canções de Chico Buarque durante a ditadura militar. Este último evento, será realizado pela APUR no âmbito das atividades culturais que ocorrerão em toda UFRB em virtude dos 50 anos do golpe militar no Brasil. Além do coordenador da ação do subprojeto do PIBID/UFRB de filosofia, Ricardo Henrique Andrade, participaram da reunião Ana Lúcia Bastos, Luize de Queiroz, Rita Cavalcante, Inês Ferreira, Paulo Júnior, Ulisses Nascimento e a professora Patricia Souza Andrade, nossa supervisora do CEAVB.



Relato 3: Professor Ricardo Henrique Andrade

 
Dai 04 de abril, 2014
04 de Abril de 2014. PIBID/FILOSOFIA/CFP/UFRB no CEAVB – Hoje, das 8 às 12 horas da manhã na CAsA do DUCA realizamos o nosso I Seminário Interno de Formação, com o tema "O que a música?", ministrado pela pibidiana Inês Ferreira.
Dia 04 de abril, 2014
Como o nosso objetivo é estudar elementos da teoria musical, da filosofia da música, da sociologia, antropologia e história da música e da teoria da canção para melhor podermos realizar o nosso trabalho com o cancioneiro popular brasileiro no Ensino de Filosofia começamos com uma investigação dos elementos musicais. Este Seminário prosseguirá na próxima sexta-feira, dia 11/04, sob a coordenação de Inês Ferreira, com Ulisses Nascimento, Rita Cavalcante, Luize de Queiroz, Hanna Bastos Bastos, Paulo Júnior e Patricia Souza Andrade. Hoje contamos com as ilustres visitas de Gêane Santiago e Ana Claudia Pereira Henrique, que doravante farão parte da equipe. Dia 25 de abrilteremos o II Seminário com Luize de Queiroz sobre a semiótica da canção popular brasileira, baseado na obra de Luiz Tatit.




Relato 4: Professor Ricardo Henrique Andrade


PIBID/FILOSOFIA – Colégio Estadual Aldemiro Vilas Boas (São Miguel das Matas – Ensino de Filosofia via retórica das canções - Sexta-feira, dia 11 de abril, realizamos das 8:00 às 12:00 na CAsA do DUCA em Amargosa a segunda parte do I Seminário Interno de formação do grupo do CEAVB, ministrado pela pibidiana Inês Ferreira, que nas duas oportunidades discutiu o texto “O que é música?” de Daniel Levitin (do livro A música no seu cérebro – a ciência de uma obsessão humana infinitamente estimulante). Cotejamos a discussão desse texto com a leitura de trechos do primeiro ensaio do livro O som e o sentido de José Miguel Wisnik; “Som, ruído e silêncio”. Também utilizamos o CD que acompanha esta publicação da Cia das Letras e que contém uma enorme coleção de sons eletronicamente produzidos ou gravados em registros raríssimos. Esse material foi colidido em 48 faixas pelo maestro Hélio Ziskind. Assim para exemplificar o som correspondente aos diversos conceitos musicais que tratamos no I Seminário, escutamos registros valiosos da música modal da Itália (antiga Nápoles), do Japão, da China, da Turquia, da Hungria, do Iraque, da Tailândia, da Índia e da Ilha de Bali. Nossas discussões neste primeiro Seminário cumpriram, parcialmente, uma etapa propedêutica do nosso processo de preparação.
Estamos chamando esses primeiros momentos de estudo de “letramento musical”, ou seja, tentamos, nesses dois primeiros encontros de formação do grupo um movimento de aproximação do universo musical, a partir do compartilhamento de noções básicas da música enquanto um fenômeno natural, ao mesmo tempo físico e mental. Noções como onda, vibração, som, ruído, intensidade, altura, duração, intervalo, escala e tantos outras, constituem os elementos básicos de um tipo de gramática que estamos começando a fazer uso para os nossos próprios fins, no caso para nos auxiliar no desenvolvimento de uma metodologia do ensino da filosofia.
Como já dito antes, nosso propósito é construir um experimento didático de ensino de filosofia no nível médio no qual as canções do repertório urbano industrial brasileiro do século XX possam servir como elemento de sensibilização afetiva e também cognitiva para o enlace temático. Lembrando que este “uso da canção” seria, no contexto de uma aula de filosofia, apenas um primeiro momento de apresentação de um tema filosófico; nossa hipótese é que o uso deste tipo de repertório nas aulas favoreça, de algum modo, um vínculo cultural (algo, portanto da ordem da cognição, mas também dos afetos) entre a filosofia e a canção e que deve ser benéfico a aceitação de ambas por parte dos estudantes do ensino médio; mas é necessário enfatizar que o trabalho propriamente filosófico deste ensino não se encerra na interpretação da música ou da letra da canção; esta exploração estético-analítica de um tema “filosófico” a partir de uma canção deve em seguida servir à problematização, à investigação e por fim, à conceituação filosófica (seguindo aqui os passos preconizados pelo professor Sílvio Gallo).
Se decidimos priorizar esse repertório teórico relacionado a música – especialmente nesta primeira fase da nossa formação de grupo – é porque nossa intenção é que se possa fazer o uso mais qualificado possível das canções no ensino médio de filosofia, a evitar a utilização ingênua que assistimos constantemente nas aulas de filosofia tal como são majoritariamente ministradas no Brasil; não é raro encontrarmos entre os professores, em geral sem a formação adequada ao exercício do ensino da filosofia, a utilização das canções desse repertório em substituição ao texto clássico, produzindo, talvez, uma experiência esteticamente clichê e intelectualmente banal. Entendemos que o grupo deve estudar com maior ou menor rigor, variando com os diferentes interesses de seus membros, um amplo espectro de conhecimentos que passam pela filosofia da música, semiótica da música, teoria musical, crítica musical, antropologia, sociologia e história da música e da canção, biografias de compositores e intérpretes da música popular, urbana e industrial no Brasil do século XX, enfim tudo que de alguma forma contribua para um trato mais conseqüente com aquilo que lhes servirá como primeiro elemento deste experimento didático do ensino da filosofia via uma retórica das canções. Neste sentido, decidimos além de articular nossos estudos ao já estabelecido projeto Retórica das Canções, optamos criar um novo projeto em parceria com a CAsA do DUCA: Sextas eruditas, uma série de seminários sobre música erudita e suas possíveis relações com a música popular. Nosso primeiro evento ficou agendado para o dia 2 de maio de 2014, com o tema: Do teatro à vila: expressões populares na obra para violão de Villa-Lobos, com o músico Ramiro Coni. Não pretendemos formar, com estas ações, especialistas em música, mas capacitarmos-nos como futuros professores que poderão incorporar – se assim desejarem, como uma das inúmeras possibilidades didáticas de ensino da filosofia – um tipo de repertório cultural capaz de agregar o interesse de diversos grupos sociais, como nos parece ser o caso da música popular brasileira.
Acreditamos que, embora qualquer outro recurso didático – tal como a poesia, o cinema, o quadrinho – pudesse funcionar como elemento catalizador desse processo de vinculação lógico-afetiva com a temática, a canção popular brasileira, tal como a definimos, cumpre-o de forma especial; e com isto ela satisfaz o requisito especial de unir a dimensão popular à dimensão erudita, através da música e da literatura. Supomos que dessa forma pode-se sentir, quiçá, o fazer filosófico como algo um tanto mais próximo das camadas populares. Parece-nos evidente, portanto, que uma pesquisa cuidadosa ou mesmo, em alguns casos, uma leitura mais apressada dessas fontes bibliográficas podem contribuir para aperfeiçoarmos o nosso experimento pedagógico com o uso de canções nas aulas de filosofia. Desse modo, chegamos ao entendimento que será necessário deslocarmos horizontalmente este processo de “letramento musical” promovendo-o à condição de incremento formativo permanente; assim, decidimos realizar nos próximos dias alguns encontros com músicos e musicólogos convidados com o fito intensificarmos a aquisição do que consideramos como nossa meta: um domínio mínimo da linguagem musical.
Nosso II Seminário Interno ocorrerá sob a condução da pibdiana Luize de Queroz, que discutirá alguns ensaios do livro de Luiz Tatit: Musicando a semiótica, destacando, particularmente, aquilo que ela tem chamado em sua pesquisa de TCC de “fenomenologia da canção”. Participaram deste encontro: Patrícia Souza Andrade, Ricardo Henrique Andrade, Paulo Sérgio Rezende, Luize de Queiroz, Geane Santiago, Ana Claúdia, David Brito, Ana Bastos e nossa brilhante expositora Inês Ferreira. Não poderíamos deixar de registrar também a presença do também pibidiano (sob a orientação do colega Gilfranco Lucena) e administrador técnico da CAsA do DUCA, Evandro Miranda, Baé.




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